domingo, 26 de abril de 2009

O Suicida

Não restará na noite uma estrela.
Não restará a noite.
Morrerei e comigo a soma
Do intolerável universo.
Apagarei a acumulação do passado.
Farei pó a história, pó e pó.
Estou olhando o último poente.
Ouço o último pássaro.
Deixo nada para ninguém.

(Jorge Luis Borges)

Expectativas

Agora tenho data
As perguntas e dúvidas convocadas
São formas de nascer no nascido

Tenho ficado em suspense
Espero tudo e já não espero nada

Sei que não sou o mesmo
E quando enfim se abra a muralha
A primeira lembrança antrará lentamente
Com cuidado infinito e com uma bengala branca

(Mário Benedetti)

O Poeta e a Poesia

Não é o poeta que cria a poesia.
E sim, a poesia que condiciona o poeta.

Poeta é a sensibilidade acima do vulgar.
Poeta é o operário, o artífice da palavra.
E com ela compõe a ourivessaria de um verso.

Poeta, não somento o que escreve.
É aquele que sente a poesia,
Se extasia sensível ao achado
De uma rima, à autenticidade de um verso.

Poeta é ser ambicioso, insatisfeito,
Procurando no jogo das palavras,
No imprevisto do texto, atingir a perfeição inalcançável.

O autêntico sabe que jamais
Chegará ao prêmio Nobel.
O medíocre se acredita sempre perto dele.

Alguns vêm a mim.
Querem a palavra, o incentivo, a apreciação.
Que dizer a um jovem ansioso na sede precoce de lançar um livro...
Tão pobre ainda a sua bagagem cultural,
Tão restrito seu vocabulário,
Enxugando lágrimas que não chorou,
Dores que não sentiu,
Sofrimentos imaginários que não experimentou.

Falam exaltados de fome e saudades, tão desgastadas
De tantos já passados.
Primário nos rudimentos de sua escrita
E aquela pressa moça de subir.
Alcançar a estatura de poeta, publicar um livro,

Oriento para a leitura, reescrever,
Processar seus dados concretos.
Não fechar o caminho, não negar possibilidades.
É a linguagem deles, seus sonhos.
A escola não os ajudou, inculpados, eles.

Todos nós temos a dupla personalidade.
O id e o ego.
Um representa a vida física, material completa.
Pode ser brilhante, enriquecida de valores que ajudam a ser feliz,
Pode ser angustiada e vacilante, incerta, insatisfeita.
Mesmo possuindo o que deseja, nada satisfazendo.
O id representa sua vida interior paralela, ambivalente,
Exercendo seu comando em descargas nervosas,
No eterno conflito entre a razão e o impulso incontrolado.
Dupla vida inter e extra, personalidade se contrapondo.
Pode ser trivial e dependente, podemos fazê-la rica e cheia de nobreza,
Nos valendo da força imensurável do pensamento positivo
Emanado da vida interior que é o nosso mundo,
Invisível a todos, sensível ao nosso ego.

Há sempre uma hora maldita na vida de um homem.
Pode levá-lo ao crime e às paredes sombrias de uma cela escura.
Um curto circuito nas suas baterias carregadas,
Uma descarga nas linhas de transmissão potencial.
Daí, fatos aberrantes que surpreendem.
Conclusões demolidoras de um passado brilhante.

(Cora Coralina)

A Lição de Poesia

1.

Toda manhã consumida
Como um sol imóvel
Diante da folha em branco:
Princípio do mundo, lua nova.

Já não podias desenhar
Sequer uma linha;
Um nome, sequer uma flor
Desabrochava no verão da mesa:

Nem no meio-dia iluminado,
Cada dia comprado,
Do papel, que pode aceitar,
Contudo, qualquer mundo.


2.

A noite inteira o poeta
Em sua mesa, tentando
Salvar da morte os monstros
Germinados em seu tinteiro.

Monstros, bichos, fantasmas
De palavras, circulando,
Urinando sobre o papel,
Sujando-se com seu carvão.

Carvão de lápis, carvão
Da idéia fixa, carvão
Da emoção extinta, carvão
Consumido nos sonhos.


3.

A luta branca sobre o papel
Que o poeta evita,
Luta branca onde corre o sangue
De suas veias de água salgada.

A física do susto percebida
Entre os gestos diários;
Susto das coisas jamais pousadas
Porém imóveis - naturezas vivas.

E as vinte palavras recolhidas
As águas salgadas do poeta
E de que servirá o poeta
Em sua máquina útil.

Vinte palavras sempre as mesmas
De que conhece o funcionamento,
A evaporação, a densidade
Menor que a do ar.

(João Cabral de Melo Neto)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Guimarães Rosa...

A vida não é para principiantes.

(Guimarães Rosa)

Paulo Francis...

Quem não lê, não pensa.
Quem não pensa, será sempre um servo.

(Paulo Francis)

Rubem Fonseca...

Invenção vem da imaginação e a imaginação é um labirinto onde o difícil não é a saída, é a entrada.

(Rubem Fonseca)

Charles Chaplin...

O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar.

(Charles Chaplin)

Sartre...

Existir é isso, beber-se a si próprio sem sede.

(Jean Paul Sartre)

Machado de Assis, a pedidos...

A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente.

***

Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.

***

BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!
Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!
Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

(Machado de Assis)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A Grande Catástrofe

No início era o Verbo. O Verbo Ser.
Conjugava-se apenas no infinito. Ser, e nada mais.
Intransitivo absoluto.
Isso foi no princípio. Depois transigiu, e muito.
Em vários modos, tempos e pessoas. Ah, nem queiras saber o que são as pessoas: eu, tu, ele, nós vós, eles...
Principalmente eles!
E ante essa dispersão lamentável, essa verdadeira explosão do SER em seres, até hoje os anjos ingenuinamente se interrogam por que motivo as referidas pessoas chamam a isso de criação.

(Mário Quintana)

Millôr...

Gastronomia é comer olhando para o céu.

(Millôr Fernandes)

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento... De desencanto...
Feche o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... Remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos, de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca

- Eu faço versos como quem morre.

(Manuel Bandeira)

Autopsicografia

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão
Esse comboio de corda
Que se chama o coração

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Millôr...

Ninguém sabe o que você ouve, mas todo mundo ouve muito bem o que você fala.

(Millôr Fernandes)

Leonardo da Vinci...

Não há senão um mestre: a natureza.

(Leonardo da Vinci)

Guimarães Rosa...

O correr da vida embrulha tudo,
A vida é assim:
Esquenta e esfria,
Aperta e daí afrouxa,
Sossega e depois desinqueta.
O que ela quer da gente é coragem.

(Guimarães Rosa)

Adélia Prado...

Eu quero uma licença de dormir,
Perdão para descansar horas a fio,
Sem ao menos sonhar
A leve palha de um pequeno sonho
Quero o que antes da vida
Dói o profundo sono das espécies,
A graça de um estado semente
Muito mais que raízes.

(Adélia Prado)

Cerimônia do Chá

Ainda ontem
Convidei um amigo
Para ficar em silêncio comigo.

Ele veio
Meio a esmo
Praticamente não disse nada
E ficou por isso mesmo.

(Paulo Leminski)

Cecília Meirelles...

Tenho fases
Como a lua
Fases de andar escondida,
Fases de vir para a rua...

(Cecília Meirelles)

Que Viva Hoje

Sem nenhuma acontecimento me provocando, sem nenhuma expectativa, de tarde, esta tarde, eu, aplicando-me na caligrafia como uma criança de escola, eu, também uma das freiras que costuram, em labor de abelha bordo a fio de ouro. Viva hoje.

(Clarice Lispector - A Descoberta do Mundo)

Congresso Internacional do Medo

Provisoriamente não cantaremos o amor,
Que se refugiou mais abaixo nos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
Não cantaremos o ódio, porque esse não existe,
Existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro.

(Carlos Drummond de Andrade)

Voltaire...

Se Deus não existisse, haveria necessidade de inventá-lo.

(Voltaire)

Monteiro Lobato...

Só quem está asfixiado aprende que o ar existe.

(Monteiro Lobato)

Oscar Wilde...

Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas não faz mais do que existir.

(Oscar Wilde)

Padre Antônio Vieira...

Aprendemos no céu o estilo da disposição, e também o das palavras. As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo (...); muito distinto e muito claro. E nem por isso tomais que pareça o estilo baixo; as estrelas são muito distintas e muito claras, e altíssimas. O estilo pode ser muito claro e muito alto; tão claro que o entendam os que não sabem e tão alto que tenham muito que entender os que sabem.

(Padre Antônio Vieira)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Você conhece meu outro blog?

Textos meus!!!

http://autobiografiadeumoutroeu.blogspot.com

Bjos,

Tereza

Clarice Lispector...

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

(Clarice Lispector)

Nelson Rodrigues...

A televisão matou a janela.

(Nelson Rodrigues)

Oswald de Andrade...

A poesia existe nos fatos.

(Oswald de Andrade)

O Analfabeto Político

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão ignorante que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política.
Não sabe que da sua ignorância política nascem a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra e corrupto.

(Bertold Brecht)

Isto

Tudo que faço ou medito
Fica sempre na metade
Querendo, quero o infinito
Fazendo, nada é verdade

Que nojo de mim me fica
Ao olhar para o que faço!
Minha alma é lúcida e rica,
E eu sou um mar de sargaço.

Um mar onde bóiam lentos
Fragmentos de um mar além.
Vontades ou pensamentos?
Não sei e sei-o bem.

(Fernando Pessoa)

domingo, 19 de abril de 2009

Profissão de Fé

Invejo o ourives quando escrevo
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
(...)
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.

(Olavo Bilac)

Bernard Shaw...

As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, quando não as encontram, as criam.

(George Bernard Shaw)

O Processo de Criação

A literatura é uma maneira de não enlouquecer, de colocar no papel o seu delírio. Se você ficar só com o delírio, você se ferra.
A literatura precisa de uma certa impureza.
Quanto maior um escritor mais ele é isolado da realidade.

(Arnaldo Jabor)

Caio Fernando Abreu...

Nunca fui muito criança, era uma pessoa mais contemplativa, interiorizada. Achava tudo muito tolo, aliás, acho até hoje.

(Caio Fernando Abreu)

A Louca

Quando ela passa: - a veste desgrenhada,
O cabelo revolto em desalinho,
No seu olhar feroz eu adivinho
O mistério da dor que a traz penada.

Moça, tão moça e já desventurada;
Da desdita ferida pelo espinho,
Vai morta em vida assim pelo caminho,
No sudário de mágoa sepultada.

Eu sei a sua história - Em seu passado
Houve um drama d´amor misterioso
- O segredo d´um peito torturado -

E hoje, para guardar a mágoa oculta,
Canta, soluça - coração saudoso,
Chora, gargalha, a desgraçada estulta.

(Augusto dos Anjos)

Freud...

Um escritor dificilmente consegue nos dar uma explicação convincente sobre sua imaginação criativa. Porque na realidade o escritor não sabe com clareza quais são as razões determinantes da sua criação. O que em nada o desmerece.

(Sigmund Freud)

O Encontro

Subitamente
Na esquina do poema, duas rimas
Olham-se, atônitas, comovidas
Como duas irmãs desconhecidas...

(Mário Quintana)

Oscar Wilde...

Se um homem encara a vida de um ponto de vista artístico, seu cérebro passa a ser seu coração.

(Oscar Wilde)

Pablo Neruda...

Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as idéias.

(Pablo Neruda)

Martha Medeiros...

Simplificar
Não exagerar os sentimentos
Arriscar
Não seguir os mandamentos
Vivenciar
Não mitificar os pensamentos
Assimilar
Não condecorar os ferimentos
Reinventar
Não copiar aos sete ventos
Amamentar
Não aprisionar os seus rebentos

Uma mulher adulta
Só conhece bons momentos

(Martha Medeiros)

Jean-Paul Sartre...

Levei uma vida desdentada. Uma vida desdentada. Nunca mordi; esperava, preservava-me para mais tarde - e acabo de perceber que não tenho mais dentes. Que fazer? Quebrar a concha? É fácil dizer. Aliás, que me restaria? Uma pequena massa viscosa que se arrastaria na poeira, deixando atrás de si uma esteira brilhante.

(Jean-Paul Sartre)

Shakespeare...

O amor é meramente uma loucura e, na minha opinião, merece uma casa escura e um chicote, como os loucos; a razão pela qual os amantes não são assim punidos e curados é que a loucura é tão comum que os homens do chicote amam também.

(Willian Shakespeare)

Mário Quintana...

Pior, mas muito pior mesmo do que as lágrimas de crocodilo, são os sorrisos de crocodilo...

(Mário Quintana)

A Câmara Viajante

Que pode a câmara fotográfica?
Não pode nada.
Conta só o que viu.
Não pode mudar o que viu.
Não tem responsabilidade no que viu.

A câmara, entretanto,
Ajuda a ver e rever, a multi-ver
O real, nu, cru, triste, sujo.
Desvenda, espalha, universaliza.
A imagem que ela captou e distribui.
Obriga a sentir,
A, criticamente, julgar,
A querer bem ou a protestar,
A desejar mudança.

A câmara hoje passeia contigo pela Mata Atlântica.
No que resta - ainda esplendor - da Mata Atlãntica
Apesar do declínio histórico, do massacre
De formas latejantes de viço e beleza.
Mostra o que ficou e amanhã - quem sabe? - acabará
Na infinita desolação da terra assassinada.
E pergunta: "Podemos deixar
Que uma faixa imensa do Brasil se esterilize,
Vire deserto, ossuário, tumba da natureza?"

Este livro-câmara é anseio de salvar
O que ainda pode ser salvo,
O que precisa ser salvo
Sem esperar pelo ano 2 mil.

(Carlos Drummond de Andrade)

Fernando Sabino...

A arte é uma maneira de ser dentro da vida. Há outras... É uma maneira de se vingar da vida. Assim como se você procurasse atingir o bem negativamente, esgotando todos os caminhos do mal. É preciso ter pulso, é preciso ter estômago.

(Fernando Sabino - O Encontro Marcado)

Clarice Lispector...

... Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora da minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.

(Clarice Lispector)

Canção de Amor

Como hei-de segurar a minha alma
Para que não toque na tua? Como hei-de
Elevá-la acima de ti, até outras coisas?
Ah, como gostaria de levá-la
Até um sítio perdido na escuridão
Até um lugar estranho e silencioso
Que não se agita, quando teu coração treme.
Pois o que nos toca, a ti e a mim,
Isso nos une, como um arco de violino
Que de duas cordas solta uma só nota.
A que instrumento estamos atados?
E que violinista nos tem em suas mãos?
Oh, doce canção.

(Rainer Maria Rilke)

Criação

Há no amor um momento de grandeza
Que é de insconciência e êxtase bendito:
Os dois corpos são toda a Natureza,
As duas almas são todo o infinito.

Um mistério de força e de surpresa!
Estala o coração da terra, aflito;
Rasga-se em luz fecunda a esfera acesa,
E de todos os astros rompe um grito.

Deus transmite o seu hálito aos amantes;
Cada beijo é a sanção dos Sete Dias,
E a Gênese fulgura em casa abraço;

Porque, entre as duas bocas soluçantes,
Rola todo o Universo, em harmonias
E em glorificações, enchendo o espaço!

(Olavo Bilac)

Leminski...

Parem
Eu confesso
Sou poeta
Cada manhã que nasce
Me nasce
Uma rosa na face

Parem
Eu confesso
Sou poeta
Só meu amor é meu Deus
Eu sou o seu profeta

(Paulo Leminski)

sábado, 18 de abril de 2009

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios
Nem o lábio amargo

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha esse coração
Que nem se mostra

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão curta, tão fácil
Em que espelho ficou perdida a minha face?

(Cecília Meireles)

Sejam Bem-Vindos!!!

Olá pessoal! Cá estou eu com mais um BLOG!
Será um vício? Uma obsessão?

Esse BLOG, entretanto, será diferente.

Enquanto no primeiro (http://autobiografiadeumoutroeu.blogspot.com/) eu posto sempre textos de minha autoria... Aqui irei postar textos, frases, poemas, trechos e aforismos de diversos autores nacionais e internacionais, de diversas escolas e estilos.

Quem quiser colaborar... Será bem-vindo!

Bjos a todos!

Tereza