OS MISTÉRIOS DO OFÍCIO
De que servem exércitos de canções
E o encanto das elegias sentimentais?
Para mim, na poesia, tudo tem de ser desmesurado,
E não do jeito como todo mundo faz.
Se vocês soubessem de que lixeira
Saem, desavergonhados, os versos,
Como dente-de-leão que brota ao pé da cerca,
Como a bardana ou o cogumelo.
Um grito que vem do coração, o cheiro fresco de alcatrão,
O bolor oculto na parede...
E, de repente, a poesia soa, calorosa, terna,
Para a minha e tua alegria
(Anna Akmatova)
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
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